Como uma obra prima de Rodin, somos seres inacabados em busca de TRANSFORMAÇÃO.
O que nos move para MUDAR é saber que temos chance de sermos ainda melhores do que somos. Temos potencial, conhecimento e principalmente vontade, pois nos vemos inacabados como o “O Homem de Nariz Quebrado”.
Esta obra prima de Rodin,de 1864 foi considerada pelo júri do Salon de Paris,como um projeto inacabado. Um esboço,que não poderia ser exposto.

O mais incrível  é que uma das características do escultor Rodin é o “non finito”. Este conceito, nas artes, se aplica à obras não acabadas intencionalmente.

Agora você me pergunta, qual o sentido das obras inacabadas de Rodin com esta reflexão?

MUDAR é a cada instante nos refazer, nos reconstruir e nos reestruturar.
Assim como “O Homem de Nariz Quebrado” , quando nos reconhecemos como seres inacabados, a alavanca propulsora da transformação é acionada.
Sem esta percepção podemos nos encontrar muitas vezes em estado de estagnação.

Não é necessário estarmos prontos para sermos perfeitos.

O perfeccionismo nos limita e nos impede de apreciar os momentos, enxergar as oportunidades e principalmente materializar nosso talentos.
Precisamos aceitar a nossa vulnerabilidade.

Colocar-se na ação, com consciência plena, dando o melhor de si, pode muitas vezes ajudar o perfeccionista a se contentar e aceitar o resultado final independente qual ele seja. Pois o mais importante é o desenrolar da ação.

Segundo Bhagavad Gita, “Apenas o trabalho é o teu privilégio, nunca seus frutos. Jamais deixes os frutos da ação, serem tua motivação; e nunca pares de trabalhar. Trabalhe em nome do senhor, deixando de lado os desejos egoístas. Não te deixes afetar pelo sucesso ou pelo fracasso. Essa equanimidade é chamada de Yoga.”

Considerar a perfeição fator essencial para o resultado final de nossos atos e projetos gera sentimentos de insegurança e inferioridade. Ficamos vulneráveis à opinião alheia, deixando de viver nossa autenticidade.

Quando vivemos nossa autenticidade nos realizamos e nos libertamos.

Segundo a filosofia do Yoga, através do desenvolvimento de nossas potencialidades, nos aproximamos do nosso “EU” verdadeiro, a nossa essência, o Purusha.

Patanjali, o primeiro mestre a escrever sobre o Yoga, recomenda o Swadhyaya, a auto observação. Através desta prática podemos nos observar e entender quem realmente somos, para que possamos a partir daí viver uma vida mais autêntica coerente com nossa essência. A medida que nos observamos, atuamos em nossos condicionamentos, nos revelando.

B. K. S. Iyengar, diz: “Aquele que pratica o Swadhyaya lê seu próprio livro da vida, ao mesmo tempo em que o escreve e revisa. Há um mudança em sua maneira de ver a vida. Ele começa a perceber que toda a criação é destinada à bhakti (devoção) e não ao bhoga (prazer); que toda a criação é divina; que a divindade reside em seu interior e que a energia que o move é a mesma que move todo o universo … Através da prática o sadhaka (praticante) entende a natureza de sua alma e obtém a comunhão com o divino.

Agora, feche os olhos.
Inspire e expira lentamente.
Reduza a influência dos sentidos e seu ritmo respiratório.
Observe o que realmente é importante para você.
Agora apenas se observe.
Esteja presente.

Estamos em eterna construção.

Namastê – Adri Borges